Segunda-feira da 29ª semana do Tempo Comum
Irmãos e irmãs, o Evangelho de hoje, traz uma questão muito conhecida por todos nós, é a briga por herança, a ganância por acumular e acumular. Essa questão serve para mostrar a preocupação do homem em ter os bens deste mundo.
Jesus foi convidado a ser mediador ou julgar essa situação. Consciente de que não é muito fácil resolvê-la, Ele conta a parábola do homem rico, que sempre queria mais riquezas, como se fosse viver eternamente. Esse homem rico planejou derrubar os celeiros e construir outros maiores para guardar toda a colheita e bens que possuía. Então Deus o chamou de louco, porque naquela mesma noite Ele, Deus, iria pedir a vida do homem de volta, ele iria morrer. Muitas vezes agimos assim e não nos damos conta de que nossa vida nesse mundo é muito curta e deveríamos vivê-la da melhor maneira possível. E a melhor maneira é não nos desgastarmos em brigas para acumular riquezas, bens materiais. Não levamos nada deste mundo, a não ser os bens espirituais.
Para Jesus, o problema não era definir a divisão da herança, e sim, a ganância produzida no íntimo de cada um dos envolvidos, crendo que os bens adquiridos seriam garantia de: felicidade, segurança, e bem estar eterno! Com essa parábola, Jesus quer ensinar que, quando os bens são acumulados, eles causam grandes problemas que geram a morte.
A grande lição que podemos aprender desse Evangelho é que o acúmulo de bens materiais nos faz mal. O que precisamos aprender é que temos a necessidade de ajuntarmos tesouros que sirvam para edificar a nossa vida eterna. Esses tesouros são o amor, a justiça, a solidariedade, a partilha, o compromisso com a vida; enfim todas as virtudes que Deus nos dá, que fazem bem a nós e aos outros, mas que muitas vezes nos esquecemos porque nos entregamos aos prazeres do mundo.
Não acumulemos bens deste mundo, busquemos os bens espirituais.
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Não se apegar e não acumular os bens deste mundo por pura ganância foi uma virtude do Servo de Deus Padre Cícero Romão. Sabemos que havia vários imóveis, terrenos e outros bens registrados em nome do Servo de Deus, mas não era fruto de um espírito acumulador e ganancioso, pelo contrário, muitos destes imóveis e bens eram fruto da gratidão do povo que sentia prazer em doar tais bens para ajudar seu Padrinho. E o Servo de Deus administrava tudo isso sem ganância, se servia deles para bem cumprir sua missão de cuidar e tomar conta do povo. Sabemos disso pelos vários documentos e testemunhos dos que conheceram o Servo de Deus, eles revelam que ele colocou os sítios, casas e outros bens à serviço do povo, distribuía com uma mão o que recebia na outra mão, sabia partilhar.
Tudo isso nos mostra que o Servo de Deus Padre Cícero viveu de acordo com o que a palavra de Deus quer ensinar. Seu exemplo nos convida a fazer o mesmo.
NÃO SEJAMOS GANANCIOSOS POR ACUMULAR BENS DESTE MUNDO, MAS ACUMULEMOS OS BENS ESPIRITUAIS, ASSIM TEREMOS AS GRAÇAS NECESSÁRIAS PARA BEM VIVER.
Recebam minha bênção sacerdotal na certeza de que Deus está no comando de tudo, sempre!
Pai, Filho e Espírito Santo!
Amém!
Pe. Cícero José
Reitor da Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores
“Aqueles que são de Cristo crucificaram a própria carne com os seus vícios e concupiscências” (Gal 5,24)
Esta Palavra do Senhor se aplica muito bem a São Pedro de Alcântara, o qual lembramos hoje, pois soube vencer o corpo do pecado através de muita oração e mortificações. Pedro nasceu em Alcântara, na Espanha, em 1499.
Menino simples, orante e de bom comportamento, estudou na universidade ainda novo, mas soube, igualmente, destacar-se no cultivo das virtudes cristãs, até que, obediente ao Mestre, o casto e caridoso jovem entrou para a Ordem de São Francisco, embora seu pai quisesse para ele o Direito. Pedro foi ordenado sacerdote e tornou-se modelo de perfeição monástica e ocupante de altos cargos, o qual administrou até chegar, com vinte anos, a superior do convento e, mais tarde, eleito provincial da Ordem.
Franciscano de espírito e convicção, era sempre de oração e jejum, poucas horas de sono, hábito surrado, grande pregador e companheiro das viagens. Como provincial, visitou todos os conventos da sua jurisdição, promovendo uma reforma de acordo com a regra primeira de São Francisco, da qual era testemunho vivo. Conhecido, sem desejar, em toda a Europa, foi conselheiro do imperador Carlos V e do rei João III, além de amigo dos santos e diretor espiritual de Santa Teresa de Ávila; esta, sobre ele, atestou depois da morte do santo: “Pedro viveu e morreu como um santo e, por sua intercessão, conseguiu muitas graças de Deus”.
Considerado um dos grandes místicos espanhóis do séc. XVI e dos que levaram a austeridade até um grau sobre-humano, entrou no Céu com 63 anos, em 1562, após sofrer muito e receber os últimos Sinais do Amor (Sacramentos), que o preparou para um lindo encontro com Cristo.
São Pedro de Alcântara, rogai por nós!