Quarta-feira, celebrando São Sebastião e São Fabiano - Meditemos o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos 3, 1-6
Hoje, a liturgia destaca a missão sacerdotal, e nos é apresentado Melquisedec, figura mítica e mística do Antigo Testamento que serve como modelo de sacerdote que tem a missão de promover a justiça e a paz. O nome Melquisedec, conforme a carta aos Hebreus, quer dizer "rei da justiça" e "rei da paz." Ele é portanto, um rei que se assemelha ao Filho de Deus, Jesus, cuja missão é promover a paz como fruto da justiça. O Evangelho de hoje confirma a estreita relação entre Melquisedec e Jesus.
No Evangelho, Jesus está na sinagoga num dia de sábado. Lá também está um homem com a mão seca. Alguns fariseus e partidários de Herodes estavam de olho para ver se Jesus iria curar em dia de sábado. O sábado, segundo a lei judaica, é o dia do Senhor e, por isso, não se pode fazer nada a não ser louvar o Senhor. Então Jesus mostra que louvar o Senhor e cumprir suas leis consiste em defender a vida, principalmente a dos marginalizados, daqueles que as leis não atendem ou não podem cumpri-las, ficando, assim, ainda mais à margem da sociedade e da própria religião. Isso vinha acontecendo com o homem da mão seca e Jesus quer mudar essa situação opressora, regida por leis que não favorecem a vida.
A proposta de Jesus é libertadora: uma lei que não favorece a vida não merece ser respeitada, nem cumprida. Agindo assim, ele toca na ferida daquela sociedade legalista que idolatra a lei e despreza a vida das pessoas.
Jesus chama o homem da mão seca para o centro da sinagoga e o cura, com isso ele revela que o seu projeto de vida é o da recuperação das pessoas marginalizadas e excluídas. Aqueles que antes ninguém via nem dava importância passam a ser o centro das atenções.
A atitude de Jesus escandaliza as autoridades porque ele mostra que o dia do Senhor só tem sentido se levar as pessoas a se comprometerem com o próximo e com a defesa da vida. As autoridades não faziam isso. Os questionamentos feitos por Jesus são provocadores: é permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer? As autoridades nada disseram porque perceberam a incoerência da lei e dos seus atos. Deus jamais permitiria que alguém morresse no seu dia devido a negligência daqueles que usam a ocupação com a oração como argumento para não socorrer o próximo. Nenhuma oração é mais importante do que o socorro ao próximo.
A coragem de Jesus deve nos animar a agir conforme sua prática: fazer o bem sem olhar a quem, e não ter dia nem hora para fazer o bem. Lembremo-nos de que as leis existem para favorecer a vida e não para oprimi-la. Toda lei, principalmente religiosa, deve favorecer a vida. Se assim não for, não pode ser algo de Deus e não pode ser respeitada por quem diz ser cristão.
A palavra de Deus iluminou a vida e a missão do Padre Cícero Romão.
Meus irmãos e minhas irmãs, na história da questão religiosa do Juazeiro, sabemos que foram impostas ao Padre Cícero, algumas punições, leis, dentre elas, a lei de afastar-se, ficar fora do Juazeiro. Ele cumpriu enquanto pode, mas quando soube que o povo estava passando por privações, sofrendo com fome e algumas doenças, não pensou duas vezes, foi até o Juazeiro e socorreu o povo. Ele desrespeitou uma lei para socorrer a vida do povo. Padre Cícero viveu o Evangelho.
COLOQUEMOS A VIDA EM PRIMEIRO LUGAR, ASSIM TEREMOS AS GRAÇAS NECESSÁRIAS PARA BEM VIVER.
Recebam minha bênção sacerdotal na certeza de que Deus está no comando de tudo, sempre!
Pai, Filho e Espírito Santo!
Amém!
Pe. Cícero José
Reitor da Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores
O santo de hoje nasceu em Narbonne; os pais eram oriundos de Milão, na Itália, do século terceiro. São Sebastião, desde cedo, foi muito generoso e dado ao serviço. Recebeu a graça do santo batismo e zelou por ele em relação à sua vida e à dos irmãos.
Ao entrar para o serviço no Império como soldado, tinha muita saúde no físico, na mente e, principalmente, na alma. Não demorou muito, tornou-se o primeiro capitão da guarda do Império. Esse grande homem de Deus ficou conhecido por muitos cristãos, pois, sem que as autoridades soubessem – nesse tempo, no Império de Diocleciano, a Igreja e os cristãos eram duramente perseguidos –, porque o imperador adorava os deuses. Enquanto os cristãos não adoravam as coisas, mas as três Pessoas da Santíssima Trindade.
Esse mistério o levava a consolar os cristãos que eram presos de maneira secreta, mas muito sábia; uma evangelização eficaz pelo testemunho que não podia ser explícito.
São Sebastião tornou-se defensor da Igreja como soldado, como capitão e também como apóstolo dos confessores, daqueles que eram presos. Também foi apóstolo dos mártires, os que confessavam Jesus em todas as situações, renunciando à própria vida. O coração de São Sebastião tinha esse desejo: tornar-se mártir. E um apóstata denunciou-o para o Império e lá estava ele, diante do imperador, que estava muito decepcionado com ele por se sentir traído. Mas esse santo deixou claro, com muita sabedoria, auxiliado pelo Espírito Santo, que o melhor que ele fazia para o Império era esse serviço; denunciando o paganismo e a injustiça.
São Sebastião, defensor da verdade no amor apaixonado a Deus. O imperador, com o coração fechado, mandou prendê-lo num tronco e muitas flechadas sobre ele foram lançadas até o ponto de pensarem que estava morto. Mas uma mulher, esposa de um mártir, o conhecia, aproximou-se dele e percebeu que ele estava ainda vivo por graça. Ela cuidou das feridas dele. Ao recobrar sua saúde depois de um tempo, apresentou-se novamente para o imperador, pois queria o seu bem e o bem de todo o Império. Evangelizou, testemunhou, mas, dessa vez, no ano de 288 foi duramente martirizado.
São Sebastião, rogai por nós!