Se estivesse vivo, Monsenhor Murilo completaria 84 anos - Homenagem da Basílica por Renato Casimiro

Se estivesse vivo, Monsenhor Murilo completaria 84 anos - Homenagem da Basílica por Renato Casimiro

Categoria: Basílica

31/10/2014 Por: Administrador


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Conheci o Pe. Francisco Murilo Correia de Sá Barreto pelo começo de 1958, recentemente ordenado na Matriz de Santo Antônio, em Barbalha, onde celebrou sua primeira missa a 15.12.57. Ele nos chegava, carregando dentre outras coisas, uma genealogia nobre do tronco mais fundo da Barbalha, pois como ali se costuma dizer, o maior orgulho é ter uma pontinha de Barreto na sua herança de família.

Nossa maior relação de amizade se deu em meados dos anos 60 e por quase 40 anos tivemos um encontro regular, aos sábados, às 15 horas. É para se dizer que quase nada de importante não tenha sido tratado, onde tivemos sempre a presença fraterna do vigário, uma pauta longa de assuntos, as visitas constantes de artistas, políticos, religiosos, professores, gente de toda sorte, ao sabor de uma conversa farta, nunca fútil, e profundamente identificada com os interesses do Juazeiro.

Foi destes encontros que surgiram muitas ideias e grandes realizações. Por exemplo, a minha mania e de Daniel Walker em torno da memória histórica do Juazeiro. Quem quer que vá hoje ao Memorial Padre Cícero, vai encontrar na sua principal sala de acervo uma interessante exposição fotográfica permanente, retrospectiva da vida do Patriarca de Juazeiro. O que talvez pouca gente saiba, é o quanto isto encerra de dedicação e trabalho a que estivemos envolvidos, juntamente com Pe. Murilo de Sá Barreto, José Carlos Pimentel, e Antônio Calábria.

Foi também desta prolongada convivência que, a bem da verdade, aí se estabeleceu um verdadeiro fórum de discussões sobre os caminhos do Juazeiro. Podemos dizer, sem petulância, senão com orgulho, o quanto fomos ouvidos em grandes projetos para o Juazeiro, como a organização do Memorial Pe. Cícero e dezenas de obras públicas, os Simpósios marcantes com largos estudos multidisciplinares em torno do fenômeno Juazeiro / Pe. Cícero, a publicação de inúmeros livros, a realização de teses acadêmicas, centenas de reportagens de rádios, TVs, cinema e jornais, a criação entre nós do Instituto José Marrocos de Pesquisas e Estudos Sócio-Culturais – IPESC, da URCA. Nisto tudo, como mentor, como líder, aí estava Francisco Murilo de Sá Barreto, nos incentivando, nos orientando, e nos indicando os melhores caminhos, através dos quais, hoje, com imensa alegria, se pode admirar os novos tempos desta cidade e de seu povo.

Assistir-lhe nos últimos momentos foi um trauma insuperável, naquela sombria UTI. Ficou a esperança e esta quase certeza de que, um dia – talvez num sábado à tarde, às 15h, quem sabe, voltemos a nos encontrar, com aquela mesma alegria dos meninos que tanto o amaram. 

Por Renato Casimiro

Foto: Rozelia Costa e arquivo Google

 

 

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