Pe. Cícero José da Silva

Pe. Cícero José da Silva

Categoria: Basílica

25/02/2015 Por: Renato Casimiro


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Em breves dias estaremos novamente celebrando o aniversário de Cícero Romão Baptista, presbítero em Cristo que, dentre outras coisas, viveu longo tempo afastado de sua Igreja, sem poder celebrar batizados, e tendo a censura sobre o seu apadrinhamento e a aplicação de seu nome para um recém nascido.

O que este santo homem não diria hoje, Pe. Cícero José, ao ver que estas coisas parecem ir gradativamente sendo superadas e esta sua mesma Igreja no Cariri vai batizando Cíceros aos montes e o seu ministério vai fertilizando o grande Vale do Cariri, ao trabalho valioso de tantos Cíceros?

Digo-lhe isto porque ficou para mim, em nosso último e apressado encontro, esta sensação de que seria necessário esticá-lo para examinar estes fatos, a partir mesmo do seu diligente e tão vocacionado ministério em nossa Basílica.

Recorro aos dados da nossa Diocese para me certificar de que, além de si, como me disse, são realmente seis os padres Cíceros em nosso território: o Padre Cícero Gomes da Silva, o Padre Cícero Alencar Ferreira, o Padre Cícero Mariano de Lima, o Padre Cícero Luciano Lima, o Padre Cícero Caboclo da Silva, e o Padre Cícero Leandro Cavalcante, além do diácono permanente, Cícero Leonardo Martins.

Interessante é também notar que o futuro desta cena vai ser acrescido de expressivo número de novos ministros, assim aguardamos em Cristo, ao contarmos os treze seminaristas, todos Cíceros, que estão em formação, para que um dia, em breve, se somem a esperança que há dentro de nossa Igreja, pois como se lê em Lucas, “Grande é a messe, mas poucos são os operários”.

Se imaginarmos que esta atitude, o da nomenclatura, só teria espelho na existência do romano Marco Túlio Cícero, nascido 106 anos antes de Cristo, é sempre imaginável que de fato, toda esta avalanche nos nomes da gente nordestina, se deve à inspiração do santo destes sertões, por sua grande devoção, como foi o caso de sua mãe, Pe. Cícero José, que não pestanejou ao fazê-lo.

Esta Diocese de Crato, além dos seus dois bispos e dezoito diáconos, conta com 102 padres, que Cíceros ou não, tem o dever intransferível de reconhecer neste Patriarca do Nordeste a mais legítima e benéfica inspiração para continuar realizando o seu grande trabalho de evangelização.


Não passa por nossas mentes que estes homens, ou alguns deles, insistam e continuem manifestando o ranço perverso dos tempos inquisitoriais, tão nefastos como já se manifestaram, e que parecem ainda orientar divisões inconsequentes nos propósitos de atendimento à grande nação romeira, e mais que isto, na proposta benemérita da reabilitação do Padre Cícero.

Foi o que ainda nos pareceu ser dito, na recente celebração do centenário de nossa Diocese, quando um representante da Cúria Romana suscitou, em resposta a uma indagação da imprensa, comentários de que Roma ainda aguarda a solução de divisões internas no âmbito do nosso clero.


Não se trata de fazer qualquer juízo apressado, levantando estes questionamentos sobre as razões que continuam preservando toda sorte de intolerâncias em algo que foi conjuntamente propalado e pactuado há tantos anos, entre o Vaticano e a Diocese de Crato.

Onde residem, meu caro padre Cícero José, os obstáculos intransponíveis, aqui gerados e mantidos, depois que esta mesma Diocese mergulhou fundo, com apoio de estudiosos notáveis e produziu reflexões as mais atualizadas, às luzes de ferramentas de análises sob olhares científicos os mais diversos para, ainda assim, não contemplar as exigências de tais dissidências?


Lamentaria, ainda muito mais, se dentre estes em quem reconhecemos a posição cômoda e retrógrada de justificativas inconciliáveis, à sombra da modernidade desta Igreja, ainda formos encontrar alguns destes novos Cíceros, na precavida, suspeitosa e cômoda posição que os mantém irredutíveis.

Eu espero, sim, padre Cícero José, que esta renovação que experimentamos nos quadros de nossa Igreja, em parte encontre nestes novos Cíceros Josés, homens iluminados pelo Santo Espírito, capazes de renovar o nosso ânimo de cristão, ao tempo em que isto também tanto anima a nossa Igreja.

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