Categoria: Basílica
02/07/2015 Por: Administrador
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Da salvaguarda das maravilhosas paisagens naturais da América Latina, à busca de uma paz e de uma justiça social que respeitem os direitos de todos, sobretudo os mais pobres; do reconhecimento da dignidade de cada pessoa, ao respeito da identidade cultural de cada país contra a tendência da globalização a uniformizar tudo. Serão estes, segundo o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado, os principais temas que o Papa Francisco tratará na viagem ao Equador, Bolívia e Paraguai, a mais longa do pontificado, que começa no domingo 5 de Julho. O purpurado – que acompanhará o Pontífice – falou sobre isto numa entrevista concedida ao Centro televisivo vaticano em vésperas da partida.
Citando a conhecida expressão do predecessor João Paulo II, que definia a América Latina o continente da esperança, Francisco explicou que dela «se esperam novos modelos de desenvolvimento que conjuguem tradição cristã e progresso civil, justiça e equidade com reconciliação, progresso científico e tecnológico com sabedoria humana, sofrimento fecundo com alegria esperançosa». E nestes elementos o secretário de Estado – que foi núncio apostólico na Venezuela – identificou aquela que define «a fisionomia da América Latina» em geral e, em particular, também dos três países que o Papa visita.
A entrevistadora perguntou depois qual é o papel que esta parte do mundo pode desempenhar na Igreja e quais impulsos pode oferecer à política internacional. O purpurado respondeu descrevendo um «continente em movimento», no qual são evidentes «transformações a todos os níveis: cultural, económico e político. Durante estes decénios – explicou – ele pôde gozar de uma fase muito positiva, que permitiu que as pessoas emergissem da pobreza extrema, se emancipassem da miséria e se incorporassem progressivamente na classe média». Citou depois «os acentuados fenómenos de urbanização» que deram vida «às megalópoles da América Latina» e a «outros fenómenos ligados à globalização, que se sente de modo evidente também nesta parte do mundo». Precisamente face a estes novos cenários, «que levam também a uma secularização da sociedade latino-americana, mesmo se em formas que não são homologáveis com o mundo ocidental, a Igreja escolheu o caminho da conversão pastoral, da missionariedade, do compromisso missionário. E neste sentido pode tornar-se paradigmática para muitas outras partes do mundo». De resto, o próprio magistério do Papa afunda as suas raízes no documento de Aparecida, que com as suas referências à primazia da graça, à misericórdia e à coragem apostólica é proposto com Francisco a toda a Igreja universal.
No respeitante aos aspectos políticos, o purpurado comparou a América Latina com «um laboratório no qual se estão a experimentar novos modelos de participação e formas mais representativas», para dar «voz a camadas de população que até agora não foram ouvidas o suficiente. Trata-se da busca de um próprio caminho para a democracia, que tenha em consideração as peculiaridades daqueles países; que saiba conjugar a participação de todos – por conseguinte o pluralismo – com as liberdades fundamentais e com o respeito dos direitos humanos».
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