O amor de Deus se revelando à humanidade

O amor de Deus se revelando à humanidade

Categoria: Artigos

24/12/2024 Por: Pe. Cícero José da Silva

Pe. Cícero José da Silva

Pe. Cícero José da Silva

Reitor da Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores


Queridos paroquianos,

Queridos romeiros e devotos da Mãe das Dores e do Padre Cícero Romão,

"Deus está conosco!" (Mt 1,23).

Nesta noite tão especial, que é Santa por excelência, estamos aqui reunidos como uma grande família de fé, ao redor da mesa da Palavra e da Eucaristia, para celebrar o nascimento de Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Ele, que é a Esperança, se fez carne e veio habitar entre nós. Hoje, somos chamados a olhar para o mistério desse nascimento, refletido no Evangelho de São Mateus, que nos lembra: “Deus está conosco” (Mt 1,23).

Meus irmãos e irmãs, esse é o coração do Natal: o amor de Deus se revelando à humanidade, trazendo a esperança e a salvação para um mundo marcado pela falta de fé e pela corrupção. O Menino que nasceu em uma manjedoura, com humildade e simplicidade, nos mostra que a salvação não vem das riquezas ou do poder, mas da presença de Deus em nossa vida.

Essa é a verdade que a Igreja transmite hoje ao mundo, especialmente agora nas proximidades do Ano Santo, um tempo especial de graça, de perdão e de renovação espiritual. No próximo dia 29 de dezembro, celebraremos com toda a Igreja a abertura do Jubileu 2025, na Sé Catedral de Nossa Senhora da Penha, na cidade de Crato. Para vivermos bem esse momento, o Papa Francisco nos faz um convite: ser, neste mundo, "Peregrinos da Esperança".

Mas, padre, o que significa essa expressão?

Na fé cristã, ser "peregrino" não se refere apenas a alguém que faz uma viagem, mas a um caminho espiritual. A Esperança, que é Cristo, se torna para nós como uma âncora, nos mantendo firmes, mesmo diante das dificuldades.

Portanto, meus irmãos e irmãs, ao nos chamar a viver este tempo de graça como "Peregrinos da Esperança", o Papa Francisco nos convida a viver a presença de Cristo no nosso dia a dia. Esse é o caminho espiritual que percorremos em direção ao Céu, onde encontraremos a verdadeira felicidade, a felicidade eterna.

Como romeiros, sabemos que esse caminho é longo, cheio de pedra e areia, ou seja, é cansativo, de muitas dificuldades, preocupações e até lágrimas. Porém, o Evangelho de hoje nos lembra que a nossa esperança não é vazia. Pelo contrário, "Deus está conosco", ou seja, Ele caminha conosco, sofre conosco, luta conosco.

Quando o Papa Francisco nos chama a viver este tempo de Jubileu como "Peregrinos da Esperança", ele nos lembra que a nossa esperança não é algo distante e inalcançável. É uma esperança concreta, como nos diz o profeta Isaías: "Um menino nasceu, um filho nos foi dado" (Cf. Is 9,5). Quem é pai ou mãe sabe bem o que isso significa. O nascimento de uma criança é algo transformador, fortalece os laços familiares e traz um amor puro e verdadeiro. O nascimento de Jesus é isso: um ato de amor incomparável de Deus pela humanidade. Ele é a presença divina entre nós, aquele que vem para nos guiar e nos dar a salvação.

Com essa compreensão, meus irmãos e irmãs, somos chamados a ser sinais de esperança em nossos lares, em nossas comunidades e em todo lugar onde estivermos. Somos convidados a viver nossa fé no nosso dia a dia, manifestando-a em cada ato de amor, em cada gesto de misericórdia, em cada passo em direção à luz de Cristo, cuidando uns dos outros, especialmente os mais necessitados, como fez o Padre Cícero Romão Batista.

Há 153 anos, numa noite como esta, após a missa, Padre Cícero teve um sonho que mudou a sua vida e a vida de toda a região. No sonho, Jesus lhe pedia para cuidar do povo de Juazeiro, sendo um pastor que orientasse e conduzisse o rebanho com amor e dedicação. Assim como o nascimento de Jesus trouxe um novo caminho de salvação ao mundo, o chamado de Padre Cícero representou novos tempos espirituais para os sertanejos. Como Maria e José, Padre Cícero ouviu e respondeu ao chamado de Deus.

Queridos irmãos e irmãs, ao refletirmos sobre o nascimento de Jesus, o convite do Papa Francisco e o chamado de Padre Cícero, somos chamados a renovar a nossa esperança — ou seja, a nossa fé em Jesus Cristo — e ser sinais dela para os nossos irmãos e irmãs, em nossas igrejas e comunidades, vivendo com o mesmo espírito de dedicação e serviço.

Neste Natal, enquanto nos preparamos para a abertura do Jubileu 2025, como devotos da Mãe das Dores e do Padre Cícero Romão, romeiros e romeiras, peregrinos da esperança, sigamos com a certeza de que não estamos sozinhos. A luz que brilha em Belém ilumina nosso caminho e nos lembra de que, estando Deus conosco, juntos somos mais fortes, hoje e sempre, com coragem e fé.

Amém.

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