Coroa das Dores emociona fiéis na Basílica de Juazeiro do Norte durante Festa da Padroeira
Categoria: Basílica
08/09/2025 Por: Nayane Moreira | Jornalista
Ao meio-dia desta segunda-feira (8), um andor com a imagem de Nossa Senhora das Dores foi conduzido pelos fiéis até o interior da Basílica Santuário, ao som do canto devocional: “Cruel espada, que foi profetizada, e amplamente feria”. Assim teve início mais um momento de profunda piedade popular dentro da programação da Festa e Romaria de Nossa Senhora das Dores, padroeira de Juazeiro do Norte, cuja agenda começou no último dia 30 de agosto.
A celebração da Coroa das Dores acontece diariamente, durante os sete dias que antecedem a solenidade de 15 de setembro. Enraizada na espiritualidade da Ordem dos Servitas e difundida desde o século XIII, essa tradição convida os fiéis a meditarem sobre as Sete Dores de Maria, unindo-se ao seu sofrimento e compaixão diante da Paixão de Cristo.
Meditação das Dores e gesto simbólico
Durante o rito, a cada dor meditada, por meio de textos devocionais, uma espada é simbolicamente colocada no coração em destaque na imagem da Virgem Dolorosa. O gesto expressa a intensidade do sofrimento de Maria e sua união com os sofrimentos de Cristo. Para os fiéis, essa oração representa um ato de amor e entrega que ultrapassa os séculos e permanece vivo na fé nordestina.
“Maria, valei-me”: o clamor do povo
Um dos momentos mais emocionantes do devocional é a invocação coletiva “Maria, valei-me”, que é subsequente a meditação das sete dores. De joelhos, os devotos elevam os olhos ao céu e entoam com fervor esse grito de fé popular, expressão de uma espiritualidade marcada pela confiança na intercessão da Mãe das Dores.
Encerramento com a bênção do Santíssimo
O devocional foi concluído com a bênção do Santíssimo Sacramento, concedida pelo padre Humberto Júnior, vigário paroquial da Basílica, que conduziu também a meditação do dia. Em silêncio orante, os fiéis permaneceram diante da presença real de Cristo na Eucaristia, num momento que reafirma o papel de Maria como aquela que aponta sempre para o seu Filho, a esperança encarnada.